A pitoresca aldeia de Jueus fica na Serra do Caramulo, no concelho de Tondela.
É uma aldeia bastante pequena e por isso não tem muitos habitantes, mas são exatamente estes aspetos que a tornam tão interessante e tão procurada por inúmeros turistas.
As casas, todas elas pequenas por sinal, são maioritariamente de pedras rústicas, sendo precisamente esse aspeto rústico que lhe oferece todo o charme que ela tem.
É das traseiras da sua capela histórica, que se destaca o já gasto caminho de pedra romano que serpenteia a encosta abaixo, sendo daí também que se pode apreciar o que restou do que foi a povoação do Carvalhal.
Os seus habitantes vivem maioritariamente da agricultura, por isso não estranhe ver antigos celeiros lindamente preservados.


Acerca de "Jueus", aldeia do Caramulo, antigo Concelho do Guardão - Inquirições de 1258
Jueus - Uma aldeia d'elles em 1258 era Miradoyro, próximo de Guardão, na Beira.
Na 3ª alçada das Inq. de 1258 (Beira), a propósito do couto de Gardon, diz-se que Gardon foi do rei, e foi povoado e coutado por carta do rei (D. Sancho 1º): que D. Affonso 2º deu Gardon a mestre Amberte, seu physico, e a sua mulher dona Ausenda : que este Amberte vendeu Gardon a dom F. Johannis : que este dom F. Johannis povoou em herdade do rei, fóra do couto de Gardon, uma villa « villam ». ) que se chama Jueus (manifestamente por Judeus), e outra que se chama Caselho : que não viu a carta régia de doação, nem a da venda. Isto disse um dos jurados.
Outro jurado, e como este alguns mais, disse que D. Affonso 2º deu Gardon em préstamo a mestre Amberte, physico. Fallecido D. Affonso 2º, mestre Amberte disse que o referido rei lhe fizera doação de Gardon, e veudeu Gardon a dom F. Johannis; mas o jurado nunca viu as cartas de doação: que dom F. Johannis fez em herdade do rei «unam pobuam [de) Judeus extra cantum in términum de Gardone».
Ainda outro jurado se refere á «popula de judeis », feita (não diz por quem) fora do termo de Gardon. (Liv. 1º de Inq. de D. Affonso 3º, foI. 41 vº e 42).
O lugar, onde estava a povoa, era defronte de Balistarios, onde chamavam Miradoyro. (Ibid ., foI. 41 vº in fine).
Um jurado declarou : que mestre Amberte dizia que D. Affonso 2º lhe dera Gardon: que dom F. Johannis tomára de renda «remdauit» Gardon a mestre Amberte por .... maravedis, por causa de gostar de caçar de monte, e dos monteiros que moravam em Gardon ; que depois da morte de D. Affonso 2º, o Amberte não voltou a Gardon e desde então dom F. Johannis teve Gardon como terra sua própria, dizendo que a comprára a mestre Amberte. (Ibid., foI. 42).


In: "REVISTA LUSITANA", Vol. XXXIV, 1936, Lisboa, Livraria Clássica editora, p. 181.